terça-feira, 14 de abril de 2015

“Seguirei sendo uma ativista dentro do meu território, entregando lá o que me entreguei à América La- Canal da Massa

“Seguirei sendo uma ativista dentro do meu território, entregando lá o que me entreguei à América La- Canal da Massa



Há muitos anos atrás, a camponesa chilena Francisca Rodrigues produzia flores em sua cidade natal. Com o processo de luta de seu povo, passou a “produzir organizações”, como bem descreve.
 
 
Militante da Associação Nacional de Mulheres Rurais e Indígenas (Anamuri), Francisca Rodrigues fez parte da luta que ficou conhecida como “Campanha Continental 500 Anos de Resistência Indígena, Negra e Popular”, entre os anos de 1989-1992, com a finalidade de fazer frente às comemorações que pretendiam celebrar os cinco séculos da chegada dos europeus no continente latino americano.
 
 
O resultado destas lutas não apenas permitiu abrir uma trincheira de resistência, mas acabou sendo um laboratório que culminou na criação da Coordenação Latino americana Organizações do Campo (Cloc), em 1994, e posteriormente da Via Campesina, organizações que congregam diversos movimentos sociais do campo de todo o mundo.
 
 
 
Presente no 6° Congresso Continental da Cloc, que acontece na cidade de Buenos Aires, na Argentina, entre os dias 10 a 17/04, Francisca Rodrigues diz que possivelmente este não será seu último congresso, pois pretende estar presente no próximo, “mas creio que neste congresso magnífico será minha despedida de 100% ativista”.
 
 
“Seguirei sendo uma ativista dentro do meu território, entregando lá o que me entreguei à América Latina”.
 
 
Na entrevista a seguir, Francisca debate o papel da camponesa latino americana num processo de transformação radical da sociedade, e afirma que “quando dizemos ‘Sem Feminismo Não Há Socialismo’ é porque queremos construir um socialismo revitalizado, onde a diferença entre os gêneros desapareçam, e onde podemos construir esse sonho de futuro que seja irreversível, que tenhamos uma fortaleza tão grande que o capital não poderá derrubar”.
 
 
Quais são as expectativas e objetivos dessa assembléia?
 
 
O debate das mulheres não pode ficar fechado apenas em nós mesmas, é preciso que seja um debate da CLOC e de toda Via Campesina, em que todos tenham muito o que dizer e contribuir. 
 
 
Este é um processo de longa construção e não vamos conseguir construir uma solução amanhã. Chegou a hora dos camponeses e as camponesas também teorizarem em alguma medida. 
 
 
Portanto, a aproximação e o trabalho político que estamos fazendo avançam junto com a formação. Há uma pedagogia em todo o debate que nos mostra que a discussão da mulher é uma discussão política, um exercício pleno de política.
 

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